Phylloporia elegans

Phylloporia elegans in situ. Fotografia por Valéria Ferreira-Lopes.

Publicado em julho de 2019.
Por Valéria Ferriera-Lopes.

Phylloporia elegans Ferreira-Lopes, Robledo & Drechsler-Santos é um macrofungo que produz basidiomas (estruturas reprodutivas) pequenos e discretos; os basidiomas de P. elegans se projetam, a partir de um estipe (um “talo”), desde raízes enterradas no solo, chegando a, no máximo, 2,5 cm de comprimento; eles apresentam coloração marrom, com bordas mais claras e centro mais escuro, sendo é difícil de observar no solo coberto de serapilheira, pois tem coloração parecida com a de folhas e ramos secos. Os basidiomas de P. elegans apresentam poros minúsculos, quase invisíveis na superfície inferior (himenóforo), com aproximadamente 8 a 2 poros por milímetro. Outra característica atípica para fungos estipitados: P. elegans é revivesceste, ou seja, é capaz de produzir uma nova camada de poros em cima da camada mais velha, e assim poder produzir uma nova geração de esporos no mesmo basidioma. Os basidiósporos de P. elegans são pequenos (2.5–3.5 × 2–3 μm), abundantes, com concavidades ou lados aplanados (geralmente assimétricas), de coloração amarelo clara, e com paredes ligeiramente engrossadas e lisas. Phylloporia elegans é originalmente descrita na Mata Atlântica da costa Sul do Brasil (Santa Catarina). A espécie recebeu o nome ‘elegans’ (elegante, em Latim) não só por ser muito pequena, mas também em oposição à outra espécie que poderia ser considerada muito parecida, Phylloporia nodostipitata Ferreira-Lopes & Drechsler-Santos. Phylloporia nodostipitata tem coloração mais opaca na superfície superior e o estipe é tortuoso e cheio de nós irregulares, sendo mais grosseiro do que P. elegans.

Basidiomas estipitados de Phylloporia elegans com capa de poros (himenóforo) revivescente; 2. Foto microscópica da superfície superior do píleo de P. elegans, mostrando hifas que formam uma estrutura parecida a ‘pelos’, chamada plagiotricoderme; 3. Basidiósporos minúsculos de P. elegans. Fotografias por  Valéria Ferriera-Lopes.

Referências

  • Ferreira-Lopes V., Robledo G. L., Reck M. A., Góes-Neto A., Drechsler-Santos E. R. (2016) Phylloporia spathulata sensu stricto and two new South American stipitate species of Phylloporia (Hymenochaetaceae). Phytotaxa 257 (2): 133–148. Doi: 10.11646/phytotaxa.257.2.3.